A mobilização popular no Rio Grande do Sul, a adesão
do III Exército à solução legal para a crise e,
particularmente, as ondas curtas da Rede da
Legalidade, que alcançavam todo o país e o exterior,
sensibilizaram o conjunto da sociedade brasileira,
alterando a correlação de forças entre o governador
gaúcho e os ministros militares. A partir do dia 28 de
agosto, o impedimento de Goulart não seria facil. [...]
Em São Paulo, diversos setores da sociedade
mobilizaram-se. O presidente da Assembleia
Legislativa, o udenista Abreu Sodré, articulou, com
outros partidos políticos, a Frente da Legalidade
Democrática. Muitos estudantes universitários
entraram em greve, enquanto 4 mil funcionários da
Estrada de Ferro Sorocabana decidiram paralisar os
transportes se o golpe militar fosse consumado.
FERREIRA, Jorge. João Goulart: uma biografia. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2014, pp. 330-331. Adaptado.
A renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de
1961, precipitou o Brasil em uma grave crise política.
A tentativa de golpe de Estado, mediante o
impedimento da posse do vice-presidente João
Goulart, foi evitada com a mobilização
a) de grandes produtores rurais que, preocupados
com as consequências econômicas de um golpe de
Estado para as exportações brasileiras, atuaram em
favor da posse de João Goulart.
b) exclusivamente de trabalhadores do setor
ferroviário, cuja mobilização paralisou o setor de
transportes no Brasil e evitou o impedimento da posse
de João Goulart.
c) de trabalhadores do setor ferroviário associados a
estudantes universitários, que se opuseram à
mobilização total das Forças Armadas para o
impedimento da posse de João Goulart.
d) diversos setores da sociedade, como
trabalhadores, estudantes, políticos e parcela dos
militares em oposição à ação dos ministros militares e
aliados contrários à posse de João Goulart.
e) políticos liderados pelo presidente da Assembleia
Legislativa, o udenista Abreu Sodré, que articulou a
Frente da Legalidade Democrática.