Redescobertas no ano de 2011, em um achado
arqueológico na área portuária da cidade do Rio de
Janeiro, as pedras do antigo cais de escravos do Valongo,
desde então expostas ao público como monumento, são um
testemunho mudo de parte da história brasileira. No
Valongo, nas encostas de seus morros, funcionou o maior
mercado de escravos do Brasil — lugar até há pouco tempo
esquecido, no sentido de apartado de uma certa narrativa
da cidade e do país. Naquele trecho do litoral, passaram
mais de 700 mil africanos, de meados do século XVIII até
1831, quando o tráfico passou a ser feito de modo ilegal.
JORDÃO, R.P. O Valongo de Machado na cartografia do Rio de Janeiro:
a escravidão em cena na cidade, in Machado de Assis em Linha, São
Paulo, vol.8, n.16, dez. 2015. Adaptado.
Estimativas de importação de escravos para o Brasil no
período de 1801 a 1866.
De 1801 a 1825 1.160.601
De 1826 a 1850 1.299.969
De 1851 a 1866 9.309
Fonte: Banco de Dados do Tráfico Transatlântico de Escravos. Disponível em
http://www .slavevoyages.org/voyage/. Acesso set 2017.
A partir do texto e da tabela apresentados anteriormente, é
CORRETO afirmar, sobre o tráfico de escravos para o
Brasil:
a) O maior volume de importação de escravos ocorreu a
partir de 1831, e o fim do tráfico aconteceu,
definitivamente, em 1850, pois acabar com o comércio
de escravos pressupunha um processo gradual, sobre o
qual a pressão inglesa desempenhou um papel
fundamental.
b) O maior volume de importação de escravos no Brasil
ocorreu devido à exploração de ouro em Minas Gerais,
no século XVIII Com o declínio da economia
mineradora, a necessidade de reduzir o número de
escravos africanos levou à proibição do tráfico
atlântico e ao desenvolvimento do comércio interno de
escravos.
c) O maior volume do tráfico de escravos ocorreu até
1831, tendo sido proibido totalmente nessa data, devido
ao clima político liberal e reformista vigente no Brasil
desde a abdicação de D. Pedro I e a queda na procura
de escravos, motivada pelo aumento das importações
que se seguiram ao decreto de abertura dos portos, em
1808.
d) O tráfico atlântico de escravos foi proibido em 1831,
porém, após essa data, e até 1850, as articulações
políticas e econômicas possibilitaram a continuidade da
vinda de grandes quantidades de africanos
escravizados.
e) A importação de escravos cresceu após 1826, quando
surgiu, no interior das instituições políticas, a iniciativa
de acabar com o tráfico, reforçada pela mobilização
social antiescravista no espaço público, o que levou à
criação da lei de fim do tráfico de 1831.