“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei,
tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele
exatamente por não supor que saiba o que não sei.”
Socrates, 469-399 a. C.
O filósofo grego Sócrates, nascido em Atenas, por ensinar seus discípulos a
se libertar do orgulho e da pretensão de que sabiam algo e que, somente ao
se libertarem dessa postura prepotente poderiam inicar a construção de suas
próprias ideias, foi considerado subversivo pelo governo ateniense. Para o
filósofo, não importava a condição socioeconômica de seus discípulos e, sim,
suas qualidades interiores. Acusado de coromper a juventude, foi condenado
a tomar cicuta (veneno). Suas ideias contrariavam os valores dominantes da
sociedade ateniense da época, porque
a) permitiriam que todo grego pudesse ser considerado “heleno”, pois participaria
do processo de educação e cultura grega e, não mais, apenas os atenienses.
b) Atenas, considerada a “educadora da Hélade”, não seria mais a única cidade-
estado grega a monopolizar o direito à educação, podendo tal direito ser
exercido por qualquer outra pólis.
c) paraa democracia ateniense, a maioria da população (composta de escravos,
mulheres e estrangeiros) não tinha direito de cidadania e, portanto, não
deveria participar das decisões políticas.
d) não respeitavam os valores religiosos atenienses, influenciando seus jovens
discípulos a não se submeterem a nenhuma imposição ou princípio religioso,
pois seria prejudicial à sua formação acadêmica.
e) o regime democrático ateniense nunca incentivou o desenvolvimento
intelectual de seus cidadãos, por considerar que os valores tradicionais
deveriam ser respeitados e preservados.