As cidades em que vivemos hoje são fechadas de
maneiras que refletem o que aconteceu no mundo da
tecnologia. Na imensa explosão urbana que ocorre
atualmente no Sul Global - na China, na Índia, no Brasil, no
México, nos países da África Central -, grandes empresas
das finanças e da construção estão padronizando a cidade;
no momento em que o avião aterrissa, talvez não
possamos distinguir Pequim de Nova York. Seja no Norte
ou no Sul, o crescimento das cidades não gerou grandes
experimentações na forma. O complexo comercial, o
campus universitário, a torre residencial erguida num
recanto de um parque não são formas favoráveis à
experimentação por serem autossuficientes, e não abertas
a influências e interações externas.
(Adaptado de Richard Sennett, Construir e habitar. Ética para uma cidade
aberta. Rio de Janeiro: Editora Record, 2018, p. 22.)
De acordo com a visão do autor, podemos afirmar que:
a) O processo de urbanização é bastante diferenciado no
mundo todo, promovendo novas experiências que
abrem os espaços à criatividade.
b) As formas urbanas autossuficientes não
homogeneizam as cidades, pelo contrário, as tornam
lugar de novas complexidades e interações.
c) A cidade fechada deriva de sua instrumentalização
para a eficácia, empobrecendo experiências e
tornando o espaço habitado mais artificial.
d) A paisagem urbana é, cada vez mais, a expressão de
potencialidades locais, demonstrando a
despadronização das formas construídas.