[No Brasil], a transição da predominância indigena para a
africana na composição da força de trabalho escrava ocorreu
aos poucos ao longo de aproximadamente meio século. Quando
os senhores de engenho, individualmente, acumulavam
recursos financeiros suficientes, compravam alguns cativos
africanos, e iam acrescentando outros à medida que capital e
crédito tornavam-se disponíveis. Em fins do século XVI, a mão
de obra dos engenhos era mista do ponto de vista racial, e a
proporção foi mudando crescentemente em favor dos africanos
importados e sua prole.
Stuart Schwartz, Segredos internos. São Paulo: Companhia das Letras,
1988, p.68.
Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos, pode-
se afirmar corretamente que, no Brasil,
(A) a implementação da escravidão de origem africana não fez
desaparecer a escravidão indígena, pois o emprego de
ambas podia variar segundo épocas e regiões específicas.
(B) do ponto de vista senhorial, valia a pena pagar mais caro por
escravos africanos porque estes viviam mais do que os
escravos indígenas, que eram mais baratos.
(C) o comércio de escravos africanos foi incompatível com o
comércio de indígenas porque eram exercidos por
diferentes traficantes, que concorriam entre si.
(D) havia créditos disponíveis para a compra de escravos
africanos, mas não de escravos indígenas, pois a Igreja
estava interessada na manutenção de boas relações com os
nativos.
(E) a escravização dos indígenas pelos portugueses foi
inviabilizada pelo fato de que os povos nativos americanos
eram contrários ao aprisionamento de seres humanos.