O excerto abaixo aponta para uma dimensão de análise a respeito das ditaduras
implantadas na América Latina. Leia-o.
“Esse plano [de análise], por mais difuso, é de mais difícil apreensão.
Ficou patente nos boicotes que industriais e comerciantes realizaram no
Chile para desgastar a presidência de Salvador Allende; na conhecida
‘Marcha da Familia com Deus pela Liberdade”, realizada em São Paulo
em protesto contra João Goulart pouco antes de sua deposição; na
lealdade de parte das camadas médias e altas chilenas para com a figura
incensada do general Augusto Pinochet; nas redes de cumplicidade com
o sistema repressivo durante o regime militar na Argentina”.
Maria Lígia Prado e Gabriela Pellegrino. História da América Latina.
São Paulo: Contexto, 2016, p.168
No contexto considerado, o texto aponta para uma cultura política autoritária
que, nas sociedades em questão,
a) se limitava à atuação repressiva das autoridades militares, em consonância
com setores populares, em busca de melhores perspectivas políticas e
econômicas.
b) ultrapassava o dominio das Forças Armadas e do Estado e se disseminava
por meio de posturas autoritárias de extensos setores sociais que apoiaram
os golpes.
c) ultrapassava a articulação política interna e criava condições para uma
aliança de amplos setores sociais com grandes potências imperialistas do
continente europeu.
d) criava condições para o surgimento de grupos sociais opositores, com
destacada atuação parlamentar e guerrilheira contra os regimes de exceção
no continente.
e) impossibilitava qualquer organização de grupos civis, pois concentrava
todo e qualquer poder em grupos das Forças Armadas articulados com os
governos nacionais.