Nem todos os homens se renderam diante das forças ir-
resistíveis do novo mundo fabril, e a experiência do movimen-
to dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca
capacidade dos trabalhadores para desencadear uma luta
aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movi-
mento de resistência visava investir contra as novas relações
hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do proces-
so de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das maqui-
nas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova
direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras
atividades de destruição carregaram implicitamente uma pro-
funda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco
organizador da produção que essa tecnologia impunha.
(Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.)
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de
máquinas, na Inglaterra do final do século XVlll e início do XIX,
(A) expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes
de coordenar ações destrutivas em fábricas de diversas
partes do país.
(B) representavam uma reação diante da ordem e da disci-
plinarização do trabalho, facilitadas pelo emprego de má-
quinas na produção fabril.
(C) indicavam o aprimoramento das condições de trabalho
nas fábricas, que contavam com aparato de segurança
interna contra atos de vandalismo.
(D) revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que
não percebiam que as máquinas auxiliavam e facilitavam
seu trabalho.
(E) simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores,
envolvidos com partidos e agrupamentos políticos de ins-
piração marxista.