Estamos acostumados a considerar que o sistema
centro/periferia, ao menos no Ocidente, é um eixo
essencial da estrutura e do funcionamento no espaço das
economias, das sociedades, das civilizações. O historiador
Fernand Braudel estimou que tal sistema só existiu e
funcionou plenamente a partir do século XV. Essa definição
não se aplica à Cristandade Medieval sem importantes
correções. A noção de centro e a oposição centro/periferia
são menos decisivas que outros sistemas de orientação
espacial. O principal sistema é o que opõe o baixo ao alto,
quer dizer, o Aqui, esse “mundo” imperfeito e marcado pelo
Pecado Original, ao céu, morada de Deus.
(Adaptado de Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt,
“Centro/Periferia”, em Dicionário temático do ocidente medieval, v. 2.
São Paulo: Edusc, 2002, p. 203.)
A partir do texto acima, assinale a alternativa correta.
a) Usada nas Ciências Humanas para a compreensão
de períodos históricos desde a Antiguidade, a noção
de centro/periferia perdura até a atualidade e estrutura
o sistema econômico global contemporâneo.
b) As noções de baixo e alto têm um sentido histórico
mais preciso para a compreensão da Cristandade
Medieval do que o sistema centro/periferia.
c) O sistema centro/periferia é aplicável ao estudo da
Cristandade Medieval, já que os feudos constituíam o
centro da vida econômica e cultural naquele contexto.
d) O sistema centro/periferia aplicado durante a Era
Medieval espelhava o sistema de orientação baixo e
alto, sendo o baixo o mundo do pecado e o alto o
mundo da virtude cristã.