Leia atentamente o seguinte texto:
“A política agora é feita no mercado. Só que esse
mercado global não existe como ator, mas como uma
ideologia, um símbolo. Os atores são as empresas
globais, que não têm preocupações éticas, nem
finalísticas. Dir-se-á que, no mundo da
competitividade, ou se é cada vez mais individualista,
ou se desaparece. Então, a própria lógica de
sobrevivência da empresa global sugere que funcione
sem nenhum altruísmo. Mas, se o Estado não pode
ser solidário e a empresa não pode ser altruísta, a
sociedade como um todo não tem quem a valha.
Agora se fala muito num terceiro setor, em que as
empresas privadas assumiriam um trabalho de
assistência social antes deferido ao poder público.
Caber-lhes-ia, desse modo, escolher quais os
beneficiários, privilegiando uma parcela da sociedade
e deixando a maior parte de fora. Haveria frações do
território e da sociedade a serem deixadas por conta,
desde que não convenham ao cálculo das firmas. Essa
‘politica’ das empresas equivale à decretação de
morte da Política”.
Fonte: Milton Santos. Por uma outra alobalização. 63 ed. Rio
de Janeiro: Record, 2001, p. 67.
Considerando o excerto acima, é correto dizer que
A) a globalização, embora não exista como atora,
empreende esforços solidários que buscam
articular os territórios e as sociedades da
maneira mais integrada possível.
B) as frações do território, de um modo direto ou
indireto e com o passar do tempo,
inevitavelmente são beneficiadas pelo altruísmo
das grandes firmas.
C) o chamado terceiro setor, este que reúne
voluntaristicamente iniciativas privadas de
utilidade pública com origem na sociedade civil e
sem fins lucrativos, no presente século, ocupa de
modo seletivo, restrito e territorialmente
excludente o vácuo deixado pela ação estatal no
campo da assistência social.
D) a globalização no século XXI traz novamente a
intervenção do Estado na economia à tona,
revigorando sua importância e centralidade no
curso do desenvolvimento econômico.