“Nenhuma comemoração igualou-se em deslumbramento
às festas decorrentes da aclamação de D. João VI, em 6 de
fevereiro de 1818. Apoiada nos artistas franceses, a
decoração foi depurada de vestígios nativos e pôde
resplandecer a grandeza da ocasião. Finalmente, o rei
receberia publicamente a confirmação no trono que já
ocupava e o juramento dos súditos. [...] A festa se espalhou
pelas ruas e teve no Campo de Santana outro polo
importante. Um palacete de madeira foi erguido para abrigar
Sua Majestade e a família real e transformou-se no centro
do segundo dia dos festejos, reservado às manifestações
populares. Os soldados dos batalhões fizeram evoluções,
seguidos dos dançarinos do Real Teatro, além de corrida de
touros. No dia 8, a real família e o soberano voltaram ao
palacete, de onde assistiram a uma queima de fogos, cujo
ponto culminante foi a expressão “Viva El Rei” iluminada
no céu, quando D. João recebeu para a cerimônia do beija-
mão”.
Adaptado de HERMANN, J. O rei da América: notas sobre a aclamação
tardia de d. João VI no Brasil. Topoi, v. 8, n. 15, jul.-dez., 2007, p. 124-
158.
Em relação à importância das festas e demais manifestações
coletivas realizadas no Império, como a Festa de Aclamação
de D. Joao VI, descrita acima, é CORRETO afirmar:
a) São demarcações de territórios, vinculando a imagem do
soberano à imagem do império português em todo o
continente americano.
b) Sua importância reside na sua eficácia simbólica,
cumprindo a função de aproximar o soberano das
massas e reforçar o seu poder político.
c) Mantinham estreitas as relações quase sempre
conflituosas entre a Igreja e o Império, fazendo coincidir
o ato civil com as festividades religiosas.
d) Buscavam glorificar as culturas nativas e o passado
colonial, e implantar um certo padrão de civilização
inspirado nos trópicos.
e) Funcionavam como instrumento de apoio e de
integração da diversidade de culturas presentes no Brasil
no período pré-independência.