Os deuses disseram entre si depois de criar o homem: “O
que os homens comerão, oh deuses? Vamos já todos bus-
car o alimento.” Enquanto isso, as formigas vermelhas esta-
vam colhendo e carregando os grãos de milho que traziam
de dentro do Tonacatepetl (Montanha do Sustento). O deus
Quetzalcoatl encontrou as formigas e lhes disse: “Digam-me,
onde vocês colheram os grãos de milho?”. Muitas vezes lhes
perguntou, mas as formigas não quiseram responder. Algum
tempo depois, as formigas disseram a Quetzalcoatl: “La.” E
apontaram o lugar. Quetzalcoatl se transformou em formiga
negra e as acompanhou. Desse modo, Quetzalcoatl acompa-
nhou as formigas vermelhas até o depósito, arranjou o milho
e em seguida o levou a Tamoanchan (moradia dos deuses e
onde o homem havia sido criado). Ali os deuses o mastiga-
ram e o puseram na nossa boca para nos robustecer.
(Apud Eduardo Natalino dos Santos. Cidades pré-hispânicas
do México e da América Central, 2004.)
O texto asteca
(A) promove a divulgação das qualidades nutricionais do mi-
lho para o fortalecimento dos guerreiros mesoamericanos.
(B) oferece uma explicação mítica para a importância do mi-
lho na base da alimentação dos povos mesoamericanos.
(C) demonstra sustentação histórica e claro desenvolvimento
de pensamento lógico e racional.
(D) procura justificar o fato de apenas os governantes dos
povos mesoamericanos poderem exercer atividades
agrícolas.
(E) revela a influência das fábulas europeias na construção
do imaginário dos povos mesoamericanos.