Em 1935, Luiz Carlos Prestes, líder da Aliança Nacional Libertadora (ANL),
publica o manifesto abaixo.
"A todo povo do Brasil!
Aos aliancistas de todo o Brasil! 5 de julho de 1922 e 5 de julho de 1924.
Troam os canhões de Copacabana. Tombam os heróis companheiros
de Siqueira Campos! Levantam-se, com Joaquim Távora, os soldados
de São Paulo e, durante 20 dias é a cidade operária barbaramente
bombardeada pelos generais a serviço de Bernardes! Depois ... a
retirada. A luta heroica nos sertões do Paraná! Os levantes do Rio Grande
do Sul! A marcha da coluna pelo interior de todo o país, despertando a
população dos mais ínvios sertões, para a luta contra os tiranos, que vão
vendendo o Brasil ao capital estrangeiro.
Quanta energia! Quanta bravura!
Mas as lutas continuam, porque a vitória ainda não foi alcançada e o
lutador heroico é incapaz de ficar a meio do caminho, porque o objetivo a
atingir é a libertação nacional do Brasil, a sua unificação nacional e o seu
progresso e o bem-estar e a liberdade de seu povo e o lutador persistente
e heroico é esse mesmo povo, que do Amazonas ao Rio Grande do Sul,
que do litoral às fronteiras da Bolívia, está unificado mais pelo sofrimento,
pela miséria e pela humilhação em que vegeta do que uma unidade
nacional impossível nas condições semicoloniais e semifeudal de hoje!
(...). Somos herdeiros das melhores tradições revolucionárias de nosso
povo e é, recordando a memória de nossos heróis, que marchamos para
a luta e para a vitória!”
www.marxists.org/portugues/prestes/1935/07/05.htm — acessado em 11/04/2019
É correto afirmar que o manifesto acima
a) está inserido nas lutas políticas dos anos de 1930, herdeiras dos movimentos
tenentistas, de forte tendência comunista, como a Coluna Prestes e a
Intentona Comunista de 1935, que tinha como objetivo a tomada violenta
do poder.
b) conclama o povo brasileiro a uma revolução de caráter socialista. Para isso
recorre à história do movimento tenentista, do qual Luiz Carlos Prestes foi o
maior expoente, e à evidente tradição revolucionária dos tenentes brasileiros.
c) exalta os movimentos tenentistas dos anos de 1920 (Revolta do Forte de
Copacabana, Revolução Paulista e Coluna Prestes-Miguel Costa) buscando
um passado revolucionário para os movimentos que se opunham ao Estado
Novo.
d) foi um chamado à população brasileira para, junto a aliancistas, derrubarem
o governo de Artur Bernardes e apoiarem, tal qual o movimento tenentista,
uma transformação da política brasileira, que seria liderada por Getúlio
Vargas.
e) retoma os 3 grandes movimentos tenentistas (Revolta dos 18 do Forte,
Revolta Paulista e Coluna Prestes), identificando-os como revolucionários
e predecessores de um movimento ainda maior que estaria por vir, liderado
pela ANL.