Desde outubro de 2019, temos visto a maior mobilização social das últimas décadas no Chile. Nesta série
de protestos, chamados de estallido social (estouro social), emergiu, de forma recorrente, uma apelação a
processos históricos que não deveria nos surpreender. Afinal, o que é uma crise que conduz a um novo pacto
social, via Assembleia Constituinte, se não um acerto de contas com a História? As referências à transição para a
democracia e à Ditadura de Pinochet (1973-1990) são obrigatórias. No caso desta última, a referência é por haver
imposto à força um modelo do qual a maioria dos chilenos quer se livrar. A Constituição de 1980 tem ocupado um
lugar central no debate, para lembrar que no Chile não há uma Constituição verdadeiramente democrática.
(Adaptado e traduzido de Mauricio Folch (org.), Chile Despertó: lecturas desde la Historia del estallido social de octubre. Santiago: Universidad de Chile,
2019. p. 9.)
A partir do enunciado e de seus conhecimentos,
a) explique por que os protestos são um acerto de contas com a história recente e por que a manutenção de
uma Constituição herdada da ditadura pinochetista impede que exista um estado verdadeiramente
democrático no Chile;
b) indique uma prática usual de repressão da ditadura militar chilena e comente por que esta prática viola os
direitos humanos.