A concepção positivista de um conhecimento que pudesse se tornar uma representação objetiva da realidade
tornou-se o modelo ideal de cientificidade a ser estendido para todas as outras áreas de conhecimento. Ao
criticar esse modelo, Popper afirmou:
Sustento que as teorias científicas nunca são inteiramente justificáveis ou verificáveis, mas que, não obstante,
são suscetíveis de se verem submetidas à prova. Direi, consequentemente, que a objetividade dos enunciados
científicos reside na circunstância de eles poderem ser intersubjetivamente submetidos a teste.
(POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1974. p.46.)
Em meio às críticas que, desde o início do seculo XX, vêm desmistificando as pretensões cientificistas calca-
das no indutivismo newtoniano, uma pergunta se coloca: que critério permite demarcar e distinguir a ciência
da não ciência? Contrário aos critérios metodológicos da verificabilidade dos enunciados e confirmabilidade
indutiva, defendidos pelo positivismo, Karl Popper responde a esta questão propondo o critério de falseabili-
dade que permite determinar se uma hipótese ou uma teoria podem ser consideradas científicas.
(Adaptado de: KÓCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática de pesquisa. 14.ed. rev. ampl. Petrópo-
lis: Vozes, 1997. p.49-77.)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a crítica de Karl Popper, explicite o critério de falseabilidade
proposto por este autor.