Ao comparar a educação samoana com a norte-americana, Margaret Mead demonstra que “as crianças americanas
passam horas em escolas aprendendo tarefas cuja relação visível com as atividades de suas mães e seus pais é muitas vezes
impossível de reconhecer. Sua participação nas atividades dos adultos dá-se em termos de brinquedos, aparelhos de chá,
bonecas e carrinhos. [...] Assim, nossas crianças constroem um falso conjunto de categorias, trabalho, brincadeira e escola. [...]
Essas falsas distinções tendem a produzir toda espécie de atitudes estranhas: o tratamento apático de uma escola que não
tem nenhuma relação conhecida com a vida; a falsa dicotomia entre trabalho e diversão, que pode resultar em pavor do trabalho
[...] ou desprezo posterior da brincadeira, qualificada como infantil”.
(MEAD, Margaret. A adolescência em Samoa. In: CASTRO, Celso (org.). Cultura e personalidade: Ruth Benedict, Margaret Mead, Edward
Sapir. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 58-60.)
Como a análise comparada entre duas culturas distintas e seus processos educacionais pode auxiliar na compreensão das
“falsas distinções” apontadas pela autora?