Eu mesmo vivi isso nas trincheiras, lá onde as pessoas se lançavam nas piores cortinas de fogo para salvar o seu “totó”,
ou dividiam suas rações guardadas, quase de forma fraternal, com um vira-lata qualquer. Vê-se também que a guerra
não revela no homem apenas os sentimentos mais severos, mas também os mais suaves, ternos. A batalha, em
muitos sentidos, esculpe um homem melhor. O homem simples batalha com um bloco bruto e sai dele como um
perfeito amigo dos animais com desejo implacável de fazer o que for preciso. E é aí que esse homem simples, esses
milhares de soldados e amigos de gatos, não dizem: “Vamos com mais calma, no pior dos casos os cidadãos morrerão
de fome um pouco mais devagar” Mas, em vez disso, dizem: “Avante com a bomba! Com essa ordem, chegaram à
conclusão correta!” Assim se reconhecem os colaboradores certos. (VERMES. 2014. p. 156).
As obras de ficção, muitas vezes, se inspiram nos acontecimentos históricos, para recriá-los em sua narrativa.
Dessa forma, o trecho do romance de Timur Vermes caracteriza o pensamento
(A) dos sacerdotes do Egito Antigo, que submetiam o poder dos exércitos ao seu controle, divinizando o supremo governante.
(B) dos ideais da nobreza feudal, que se opunha aos princípios do pacifismo defendido pela Igreja Católica Medieval.
(C) de guerreiros muçulmanos, no processo de expansão islâmica do século VIIl, que provocou a retração comercial das áreas
sobre o domínio árabe.
(D) das guerras napoleônicas, quando a belicosidade francesa atrasou o processo de desenvolvimento do capitalismo europeu.
(E) do nazismo, cujo programa político pressupunha a militarização da sociedade alemã, em busca da conquista do “espaço vital”.