Leia o seguinte texto e responda à questão.
Há cerca de uma dezena de anos representou-se em Varsóvia, na Polônia, uma peça teatral interessante. Não se
disse uma palavra durante a encenação, mas em cada momento da representação era claro o que se queria.
Tratava-se de um poeta-filósofo que havia se escondido numa gruta para escrever “livremente” sobre a liberdade. O
poeta simbolizou a liberdade na imagem duma jovem pura e nua. Nas aldeias próximas ao refúgio do poeta,
espalhou-se aos sussurros a notícia de que alguém havia escrito um livro sobre a liberdade. Para os habitantes
dessas aldeias, a liberdade se tornara tão necessária como o pão e a água de sua alimentação. Por isso, saem
ansiosamente à procura do poeta e de seu livro. Compram o livro e o leem com sofreguidão. Mas em todas as
aldeias há um policial. E os policiais descobrem o que procuravam: que alguém em algum lugar havia escrito um livro
sobre liberdade, e que esse alguém estava vendendo cópias de seu livro. Criou-se assim uma situação intolerável
para os policiais. Essa situação tinha que ser solucionada. Por isso, os agentes vão à caça da liberdade, daquela
jovem pura e nua. Os habitantes das aldeias sabem que a polícia sempre é bem sucedida. Com efeito, eles
descobrem a liberdade. Levam-na consigo e a estrangulam. O poeta-filósofo cai no descrédito e na miséria.
STRIEDER, |. O problema da liberdade na perspectiva humanística atual. In: Síntese: Belo Horizonte, v. n. 17, 1979.
Elenque os personagens e o significado de cada um. Em seguida, apresente o elemento central do conflito do texto e
o motivo desse conflito.