O filósofo esloveno Slavoj Zizék, em uma
crônica sobre o último episódio de Games of
thrones, afirma: “O que está em jogo no conflito
final é, para resumir de maneira simples, o
seguinte: a revolta contra a tirania deveria se dar no
marco de uma mera luta pelo retorno à versão
antiga, mais bondosa, da mesma ordem hierárquica,
ou deveria evoluir no sentido de uma busca por uma
nova ordem necessária? [...] O embate final da série
combina a rejeição a uma transformação radical
com um velho mote antifeminista. [...] Aqui vale
lembrar que o enredo foi escrito por dois homens. A
figura Daenerys como rainha tresloucada é
rigorosamente uma fantasia masculina (os críticos
acertaram ao apontar que sua descida à loucura não
se justificava psicologicamente). A cena em que ela,
tomada por um olhar de fúria e loucura, sobrevoa a
cidade em seu dragão incendiando casas e pessoas
é simplesmente a expressão da ideologia patriarcal
com seu medo de uma mulher politicamente forte”.
ZIZEK, Slavoj. Feminilidade tóxica em “Game of Thrones”.
Disponível em: B/og da Boitempo.
https://blogdaboitempo.com.br/2019/05/21/feminilidade-
toxica-em-game-of-thrones-zizek-escreve-sobre-o-
desfecho-da-serie/. Publicado em 21/05/2019,
Com base na passagem citada acima, é correto
afirmar que
A) o descarte de uma nova ordem, como resolução
dos embates da série, recorreu à evolução
inverossimil de Daenerys à loucura.
B) há uma relação causal entre ter sido escrita por
dois homens e o desfecho machista e sem
verossimilhança da série.
C) a evolução de Daenerys para a loucura é
explicada pela pressão misógina e patriarcal
que os autores da série sofreram.
D) os homens possuem uma fantasia sexual com
mulheres tresloucadas, furiosas, e isso é
expressão da ideologia patriarcal.