Convencidos de que a escravidão estava destinada
a desaparecer [...|, Os latifundiários brasileiros decidiram
preparar-se para o inevitável. Já nos anos 1850 fazendei-
ros das áreas cafeeiras — alguns dos mais necessitados
de mão de obra — tornaram-se interessados em promover
a imigração e em substituir os escravos por imigrantes. As
primeiras experiências falharam, e os fazendeiros de café
recorreram ao tráfico de escravos interno. Mais tarde, quan-
do as pressões abolicionistas aumentaram e leis contra o
tráfico entre províncias foram promulgadas, os fazendeiros
das áreas pioneiras buscaram na Itália os trabalhadores de
que necessitavam.
(Emilia Viotti da Costa. Da Monarquia à República: momentos decisivos, 1987.)
O texto caracteriza o fim da escravidão e o avanço da imigração
no Brasil como
(A) a imposição dos propósitos e das ações abolicionistas con-
tra os interesses do conjunto dos cafeicultores brasileiros.
(B) um processo gradual, que ganhou força depois da proibição
do tráfico atlântico de africanos escravizados.
(C) uma tentativa, liderada pelos setores avançados da cafei-
cultura, de implementar uma democracia racial no país.
(D) o sucesso da ação do governo brasileiro, que coordenou o
abolicionismo e decretou a libertação dos escravos antes
das demais nações do continente.
(E) uma surpresa, dado seu caráter repentino, para os setores
cafeicultores e para os participantes da luta abolicionista.