TEXTO 1
A distinção entre natureza e cultura leva em conta a maneira como o tempo se realiza: na natureza o tempo é repeti-
ção (o dia sempre sucede a noite, as estações do ano se sucedem sempre da mesma maneira etc.); o tempo da cultura
é o da transformação (isto é, das mudanças nos costumes, nas leis, nas instituições sociais e políticas etc.). Para vários
filósofos e historiadores, a cultura surge quando os homens produzem as primeiras transformações na natureza pela
ação do trabalho.
(Marilena Chauí. Convite à filosofia, 2005. Adaptado.)
TEXTO 2
Em que consiste, então, a alienação do trabalho? Primeiro, que o trabalho é externo ao trabalhador, isto é, não per-
tence ao seu ser, que ele não se afirma em seu trabalho, mas nega-se nele, que não se sente bem, mas infeliz, que não
desenvolve nenhuma energia física e espiritual livre, mas mortifica seu físico e arruína o seu espírito. O trabalhador só se
sente, por conseguinte e em primeiro lugar, junto a si quando está fora do trabalho, e fora de si quando está no trabalho.
Ele está em casa quando não trabalha e, quando trabalha, não está em casa. O seu trabalho não é, portanto, um trabalho
voluntário, mas forçado. O trabalho não é, por isso, a satisfação de uma carência, mas somente um meio de satisfazer
necessidades fora dele.
(Karl Marx. Manuscritos econômico-filosóficos, 2008. Adaptado.)
a) Com base no texto 1, diferencie “tempo natural” e “tempo cultural”.
b) Como Karl Marx entende a alienação do trabalho? Relacione o conceito de alienação do trabalho à noção de “tempo
cultural” apresentada no texto 1.