Por vezes, a literatura pode se pautar por diferentes tempos: há o tempo da história narrada, de sua sequência cronológica, e há
o tempo da linguagem que processa essa história. A linguagem experimental do irlandês James Joyce reinterpreta, em pleno
século XxX, a história mítica de Ulisses. No Brasil, há uma ocorrência similar, se pensamos em Grande sertão: veredas, ro-
mance onde Guimarães Rosa articula magistralmente dois planos temporais:
(A) a história do passado colonial e o registro das velhas crônicas medievais.
(B) o ritmo cantante da lírica e a urgente denúncia política.
(C) o universo arcaico do sertão e a expressão linguística ousada e inventiva.
(D) a corrosão nostálgica da memória e a busca de uma nova mitologia.
(E) o desapego às crenças do passado e a obsessão pelo experimentalismo estético.