João do Rio, em um dos capítulos de A alma encantadora das ruas, narra episódios relacionados
às tabuletas do comércio que se espalhavam pelas ruas do Rio de Janeiro do início do século XX.
Em uma dessas passagens, ele narra:
E outro. encarregado de fazer as letras de uma casa de móveis. vendem-se móvei.
o negociante veio a ele:
quando
— Você está maluco ou a mangar comigo!
— Por quê?
— Que plural é esse? Vendem-se, vendem-se... Quem vende sou eu e sem sócios. ouviu?
Corte o m. ande!
As letras custam dinheiro. custam aos pobres pintores... O rapaz ficou sem o m que fizera
com tanta perícia. Mas também, por que estragar?
RIO, João do. A alma encantadora das ruas. Belo Horizonte: Crisálida, 2007. p. 80.
O argumento de que o negociante lança mão para ordenar o corte da letra m está de acordo com
as exigências da norma culta do Português?
Sim. Não.
JUSTIFIQUE sua resposta.