“Uma categoria inferior de servidores que coexiste nas
grandes casas com os domésticos livres são os escravos.
Um recenseamento enumera em Gênova, em 1458, mais
de 2 mil As mulheres estão em uma proporção
esmagadora (97,5%) e 40% não têm ainda 23 anos. São
totalmente desamparadas; todos na casa a repreendem,
todos batem nela (patrão, máe, filhos crescidos) e os
testemunhos de processos em que elas comparecem
mostram-nas vivendo, frequentemente no temor de
pancadas. Em Gênova e Veneza, a escrava-criada é
essencial no prestígio das nobres e ricas matronas.
(Adaptado de Charles De la Ronciêre, “A vida privada dos notáveis
toscanos no limiar da Renascença”, em Georges Duby (org.), História
da vida privada - da Europa feudal à Renascença, vol 2. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990, p. 235-236.)
Sobre o trabalho nas cidades italianas do período em
questão, podemos afirmar corretamente que:
a) O declínio da escravidão está ligado ao novo conceito
antropocêntrico do ser humano e a uma nova
dignidade da condição feminina no final da Idade
Média.
b) O trabalho servil era predominantemente feminino e
concorria com o trabalho escravo. A escravidão
diminuiu com essa concorrência, desdobrando-se no
trabalho livre.
c) Conviviam inúmeras formas de trabalho livre,
semilivre e escravo no universo europeu e a
sobreposição não era, em si, contraditória.
d) O uso do castigo corporal igualava as escravas a
outros trabalhadores e foi o motivo das rebeliões
camponesas do período (jacqueries) e agitações
urbanas.