O processo de expansão das características multilaterais do
sistema ocidental nas diversas áreas do mundo conheceu
crescente impasse a partir do início do novo século. A
sustentabilidade de um sistema substancialmente unipolar
mostrou-se cada vez mais crítica, precisamente em face das
transformações estruturais, ligadas, antes de mais nada, ao
crescimento econômico da Ásia que pareciam
complementar e sustentar a ordem mundial do pós-Guerra
Fria. A ameaça do fundamentalismo islâmico e do
terrorismo internacional dividiu o Ocidente. O papel de pilar
dos Estados Unidos oscilou entre um unilateralismo
imperial, tendendo a renegar as próprias características da
hegemonia, e um novo multilateralismo, ainda a ser
pensado e definido.
silvio Pons. A revolução global: história do comunismo
internacional (1917-1991). Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
O texto propõe uma interpretação do cenário internacional
no princípio do século XXI e afirma a necessidade de se
a) valorizar a liderança norte-americana sobre o Ocidente,
pois apenas os Estados Unidos dispõem de recursos
financeiros e militares para assegurar a nova ordem
mundial.
b) reconhecer a falência do modelo comunista,
hegemônico durante a Guerra Fria, e aceitar a vitória do
capitalismo e da lógica multilateral que se constituiu a
partir do final do século XX.
c) combater o terrorismo islâmico, pois ele representa a
principal ameaça à estabilidade e à harmonia
econômica e política entre os Estados nacionais.
d) reavaliar o sentido da chamada globalização, pois a
hegemonia política e financeira norte-americana tem
enfrentado impasses e resistências.
e) identificar o crescimento vertiginoso da China e
reconhecer o atual predomínio econômico e financeiro
dos países do Oriente na nova ordem mundial.