Entre 1315e 1317 sucedem-se pesadas chuvas por todo o norte
da Europa Ocidental, de forma tão intensa e ininterrupta que os cam-
pos são devastados e as colheitas perdidas, gerando uma situação
de calamidade para o mundo camponês e que se soma aos vários
anos bons que haviam levado o preço dos cereais a níveis bastante
baixos. Sem colheitas e sem poupança, o mau tempo inaugura o
grande movimento de crise do século XIV.
(Francisco C. Teixeira da Silva, Sociedade feudal:
guerreiros, sacerdotes e trabalhadores)
Pode-se apontar, entre outros elementos, como parte da cha-
“mada Crise do Século XIV,
(A) o progressivo processo de enfraquecimento das monar-
quias nacionais, em especial da França, diante da forte
resistência liderada pela fração da nobreza voltada aos
negócios financeiros.
(B) a enorme disparidade entre a frágil produção de alimentos
e o crescimento da população europeia, este resultado
da ausência de conflitos bélicos e de revoltas populares
importantes.
(C) o efeito positivo das revoltas camponesas para a maioria
dos trabalhadores dos campos e das cidades, especial-
mente na Europa Oriental, pois houve para estes consi-
deráveis aumentos salariais e a concessão do direito à
sindicalização.
(D) o descompasso entre uma produção de mercadorias
sempre menor do que a entrada de metais amoedáveis
na Europa, provocando um inédito processo de hiperin-
flação, que paralisou a atividade produtiva no final do
século.
(E) aconversão da prestação do trabalho gratuito — a corveia
—ao senhor, pelo pagamento em produto ou em dinheiro
por parte do servo, que representou um dos passos em
direção à dissolução dos laços servis.