Antonio Rocco. Os imigrantes, 1910,
Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Um dia, os imigrantes aglomerados na
amurada da proa chegavam à fedentina quente de um
porto, num silêncio de mato e de febre amarela.
Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham
trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila
Faziam suas necessidades nos trens dos animais
onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São
Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com
trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que
pretos guiavam através do mato por estradas
esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas
donde acabava de sair o braço escravo. Formavam
militarmente nas madrugadas do terreiro homens e
mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero Il
Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991
Levando-se em consideração o texto de Oswald de
Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida
acima, relativos à imigração européia para o Brasil,
é correto afirmar que
O a visão da imigração presente na pintura é
trágica e, no texto, otimista.
O a pintura confirma a visão do texto quanto à
imigração de argentinos para o Brasil
O os dois autores retratam dificuldades dos
imigrantes na chegada ao Brasil
® Antonio Rocco retrata de forma otimista a
imigração, destacando o pioneirismo do
imigrante.
@ Oswald de Andrade mostra que a condição de
vida do imigrante era melhor que a dos ex-
escravos.