| - Para consolidar-se como governo, a República
precisava eliminar as arestas, concilia-se com o
passado monarquista, incorporar distintas vertentes do
republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como
herói republicano radical, mas sim como herói civico-
religioso, como mártir, integrador, portador da imagem
do povo inteiro.
CARVALHO, 4. MC. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil
“São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
| Eo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão!
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas Ir: CARVALHO. J. MC. A formação das
almas: 6 imaginário da República no Brasil São Pauio: Coripênhi das Letras, 1990
A 1º República brasileira, nos seus primórdios, precisava
constituir uma figura heroica capaz de congregar
diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime.
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras
como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação
do inconfidente em herói nacional evidencia que o
esforço de construção de um simbolismo por parte da
República estava relacionado
O aocaráternacionalistae republicano da Inconfidência,
evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes.
O à identificação da Conjuração Mineira como o
movimento precursor do positivismo brasileiro.
& ao fato de a proclamação da República ter sido
um movimento de poucas raízes populares, que
precisava de legitimação.
O à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que
proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro,
uma fácil identificação.
@ ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem
liderado movimentos separatistas no Nordeste e no
Sul do país.