A população de Londres, com 12% da população total
do Reino Unido, exige uma pegada ecológica de 21 milhões
de hectares ou, simplesmente, toda a terra produtiva do
Reino Unido. Em Vancouver, no Canadá, constatou-se que
a área exigida para manter o nível de vida da população
corresponde a 174 vezes a área de sua própria jurisdição.
Uim habitante de uma cidade típica da América do Norte tem
uma pegada ecológica de 461 hectares, enquanto na Índia
a pegada ecológica per capita é de 45 hectares. Assim, o
planeta sofre um impacto dez vezes maior quando nasce um
bebê no primeiro mundo do que quando nasce um bebê na
Índia, na China ou no Paquistão. Um malthusianismo cego,
ainda hegemônico nas lides ambientalistas, está infelizmente
muito mais preocupado com o controle da população na fn-
dia do que com a injustiça ambiental que sustenta a injusta
ordem de poder mundial.
(Rogério Haesbaert da Costa e Carlos Walter Porto-Gonçalves.
“Anova des-ordem mundial, 2005. Adaptado)
No texto, os autores fazem uma crítica à abordagem malthu-
siana, que tende a considerar o tamanho da população como
o fator principal do impacto sobre os recursos naturais exis-
tentes no planeta. Dessa forma, para se entender a atual “crise
ambiental”, outros fatores, também importantes, devem ser
levados em consideração, a saber,
(A) o tamanho dos territórios de cada país e a falta de conhe-
cimento sobre a quantidade de recursos naturais que cada
população dispõe.
(B) o baixo nivel de renda das populações dos países desen-
volvidos e seu reduzido grau de desenvolvimento tecno-
lógico.
(© o modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos
países e os padrões de consumo difundidos em escala
mundial
(D) o tamanho das populações dos países subdesenvolvidos
e seu baixo nível de escolaridade.
(E) o baixo desenvolvimento técnico-científico dos países e
a ausência de conhecimentos sobre a finitude dos recur-
sos naturais existentes no planeta.