Caia a tarde feito um viaduto
E o bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata borrão do céu,
Chupavam manchas torturadas, que sufoco
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmao do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo-de foguete...
João Bosco e Aldir Blanc, “O bêbado e a equilibrista”, 1979
A canção destaca a figura do sociólogo Betinho, irmão do famoso cartunista
Henfil, premiado com o Global 500, da ONU, por sua contribuição em favor
da ecologia na Campanha pela Reforma Agrária. A letra da música retrata, na
história recente do Brasil, o perfil dos
a) estudantes secundaristas, os “caras-pintadas”, exigindo medidas éticas
contra o governo de Fernando Collor de Melo.
b) anistiados políticos, vítimas do regime repressivo durante a ditadura militar
e a volta deles do exílio.
c) manifestantes que participaram da Campanha contra a Fome, liderados por
Betinho contra a miséria social.
d) refugiados políticos, sendo a maioria integrantes do Partido Comunista
Brasileiro, cassados durante o Estado Novo.
e) integrantes das campanhas “Diretas Já”, que nas capitais do país, se
manifestaram a favor do retorno ao voto direto para presidência da República.