A primeira arte a surgir no Brasil pós-descobrimento foi a arquitetura,
sendo os fortes militares e as Igrejas os tipos mais comuns de edificações.
Se os primeiros visavam salvaguardar as populações litorâneas e combater
a pirataria estrangeira, as construções religiosas, edificadas durante muito
tempo pedra por pedra enviada de Portugal, e apenas montadas no Brasil
por arquitetos locais, cumpriam dois importantes papéis. Nos séculos XVI e
XVII, além da preocupação das autoridades portuguesas em ensinar o modelo
civilizatório europeu aos indígenas, a construção de igrejas, seguindo o modelo
metropolitano, servia
a)
b)
à preocupação de acompanhar de perto a veracidade e a sinceridade do
processo de conversão dos cristãos novos, residentes no Brasil, muitos deles
ainda seguidores secretos do judaísmo.
à manutenção da memória dos europeus emigrados para que, no espaço
físico dessas igrejas, não se esquecessem de sua própria cultura, já que
muitos haviam se acostumado com os hábitos locais.
à manifestação irrefutável da superioridade civilizatória europeia perante
as rudimentares construções indígenas, que não poderiam competir com o
monumentalismo português.
à necessidade de registrar o número de índios cristianizados e, portanto,
leais à Coroa Portuguesa, além de realizar casamentos, batismos e todos os
cerimoniais cristãos para os portugueses residentes no Brasil.
para combater, no campo religioso, os ataques de corsários e hugenotes
franceses que, além de se interessarem em ocupar o território nacional,
desejavam converter os indígenas ao protestantismo.