O tema do mal, em Hannah Arendt, não tem como pano
de fundo a malignidade, a perversão ou o pecado humano.
A novidade da sua reflexão reside justamente em evidenciar
que os seres humanos podem realizar ações inimagináveis,
do ponto de vista da destruição e da morte, sem qualquer
motivação maligna. O pano de fundo do exame da ques-
tão, em Arendt, é o processo de naturalização da sociedade
ocorrido na contemporaneidade. O mal é abordado, desse
modo, na perspectiva ético-política e não na visão moral ou
religiosa. O mal banal caracteriza-se pela ausência do pen-
samento. Essa ausência provoca a privação de responsabi-
lidade. O praticante do mal banal não se interroga sobre o
sentido da sua ação ou dos acontecimentos ao seu redor.
(Odílio Alves Aguiar. “Violência e banalidade do mal”.
www.revistacult.uol.com.br, 14.03.2010. Adaptado.)
Depreende-se do texto que a banalidade do mal na contem-
poraneidade resulta, segundo Hannah Arendt,
(A) da carência de formação religiosa.
(B) da irreflexão institucionalizada.
(C) da ausência de pacto regulador.
(D) da voracidade dos interesses econômicos.
(
E) da perversidade humana.