O intelecto humano não é ato de algum órgão, mas é uma certa capacidade da alma, que é forma do
corpo. Por isso, é próprio dela conhecer a forma existente individualmente na matéria corporal, não porém na
medida em que está em tal matéria. Ora, conhecer o que está na matéria individual, não na medida em que
está em tal matéria, é abstrair a forma da matéria individual, que as fantasias representam. Por isso, é
necessário dizer que o nosso intelecto intelige o que é material abstraindo das fantasias; e, através do que é
material, assim considerado, chegamos a algum conhecimento do que é imaterial, assim como, pelo contrário,
os anjos conhecem o que é material através do imaterial.
AQUINO, Tomás de. Suma de Teologia. Primeira Parte, questões 84-89. Tradução de Carlos A. R. Nascimento. Uberlândia: EDUFU, 2005. p. 133.
Sobre o modo como conhecemos as coisas materiais, é correto afirmar que, segundo Tomás de Aquino
(1224-1274),
A) conhecemos a natureza das coisas por rememoração, com base nas ideias eternas, que estão em nosso
intelecto desde o nascimento.
B) conhecemos a natureza das coisas do mesmo modo que os anjos, ou seja, por iluminação divina, sem
utilizarmos os nossos sentidos.
C) não conhecemos a natureza das coisas materiais pelo nosso intelecto, e sim pelos sentidos, pelo intelecto
conhecemos apenas as coisas imateriais.
D) não conhecemos a natureza das coisas materiais diretamente, e sim por meio de uma cooperação entre os
sentidos e o intelecto, cnamada de abstração.