Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as
duas ordens de fenômenos, os vínculos são demasiado
estreitos para que o pensamento racional não apareça,
em suas origens, solidário das estruturas sociais e
mentais próprias da cidade grega. Assim recolocada na
história, a filosofia despoja-se desse caráter de revelação
absoluta que às vezes lhe foi atribuído, saudando, na
jovem ciência dos jônios, a razão intemporal que veio
encarnar-se no Tempo. A escola de Mileto não viu
nascer a Razão; ela construiu uma Razão, uma primeira
forma de racionalidade. Essa razão grega não é a razão
experimental da ciência contemporânea.
VERNANT, J. P. Origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
Os vínculos entre os fenômenos indicados no trecho
foram fortalecidos pelo surgimento de uma categoria de
pensadores, a saber:
Os epicuristas, envolvidos com o ideal de vida feliz.
Os estoicos, dedicados à superação dos infortúnios.
Os sofistas, comprometidos com o ensino da
retórica.
Os peripatéticos, empenhados na dinâmica do
ensino.
Os poetas rapsodos, responsáveis pela narrativa do
mito.
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