Na edição de 2022 do Oscar, o surdo Troy
Kotsur recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante
por sua participação no filme No ritmo do Coração
(2021). Essa premiação ocorreu justamente no ano
em que, no Brasil, se comemoram os 20 anos da Lei
que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras),
aprovada em 24 de abril de 2002. No seu tempo, o
filósofo francês Etienne de Condillac (1714-1780)
buscou fundamentar a língua de sinais francesa em
um ponto de vista filosófico. Ele o fez dizendo o
seguinte sobre o ensino em língua de sinais que o
Abade de I'Epeé (1712-1789), importante professor
de surdos à época, oferecia às crianças surdas:
“Com base na linguagem da ação, o abade De |'Epée
criou uma arte metódica, simples e fácil, com a qual
dá a seus pupilos ideias de todo tipo e, ouso dizer,
ideias mais precisas do que as que, em geral, se
adquirem com a ajuda da audição. O abade De |I'Epée
só tem um meio de dar às crianças surdas ideias
sensoriais: é analisar e fazer com que o pupilo analise
junto. Assim, ele os conduz de ideias sensoriais a
ideias abstratas”.
CONDILLAC, E. Apud SACKS, Oliver. Vendo vozes: Uma
viagem ao mundo dos surdos. Trad. bras. Laura Teixeira
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p.30.
Adaptado.
A expressão “linguagem da ação” deve ser entendida
no sentido do que a linguística atual nomeia de língua
gestual-visual. Considerando a citação acima, é
correto afirmar que o ponto de vista filosófico em que
Condillac se baseia para justificar a língua de sinais é
A) idealista.
B) racionalista.
C) marxista.
D) empirista.