“A busca da felicidade” é ainda mais familiar aos americanos do que “devemos cultivar nosso jardim” o é para os franceses. É a
frase mais memorável da Declaração de Independência americana, o clímax retórico da enunciação de Thomas Jefferson dos
direitos naturais e da teoria revolucionária: “Consideramos como verdades evidentes que todos os homens são criados iguais, que
a todos o Criador dotou de certos direitos inalienáveis, entre os quais estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”. O que
Jefferson entendia por “busca da felicidade”? (...). Frequentemente, os analistas do discurso político estabelecem um significado
mostrando o que não é dito, tanto quanto o que é dito. “Vida, liberdade e propriedade” foi a fórmula-padrão nos debates políticos
do mundo de lingua inglesa durante os séculos XVII e XVIII. (...) Se a “busca da felicidade” deve ser vista como um recurso de
retórica, seu significado deve fundar-se, pelo menos em parte, numa comparação implícita com o direito de propriedade.
DARNTON, Robert. Os dentes falsos de George Washington: um guia não convencional para o século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 112-113.
a) Indique um dos direitos naturais do Homem evocados por Thomas Jefferson na Declaração de Independência americana.
b) Qual é a relação estabelecida pelo texto entre “busca da felicidade” e “direito de propriedade”?
c) É possível afirmar que a Declaração de Independência dos Estados Unidos contém uma teoria revolucionária? Justifique.