Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma ex-
periência aterrorizante: o ruído e o movimento do maquiná-
rio; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas vezes,
mantido opressivamente quente para reduzir a quebra; o fe-
dor penetrante de óleo de baleia e de gordura animal usados
para lubrificar as máquinas (antes da disponibilidade de pro-
dutos petrolíferos) e do suor de centenas de trabalhadores;
os semblantes pálidos e os corpos doentios dos operários; o
comportamento feroz dos supervisores, alguns dos quais car-
regavam cintos ou chicotes para impor disciplina. Nas salas
de tecelagem, o barulho ensurdecedor de dezenas de teares,
cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de mar-
telo umas sessenta vezes por minuto, impossibilitava que os
trabalhadores se ouvissem.
(Joshua B. Freeman. Mastodontes:
a história da fábrica e a construção do mundo modemo, 2019.)
O trabalho nas primeiras fábricas inglesas é caracterizado no
excerto
(A) pela insalubridade e opressão no ambiente de trabalho.
(B) pela apropriação do tempo e do excedente do trabalho
pelo capitalista.
(C) pelo aumento da produtividade e da otimização do ritmo
de trabalho.
(D) pelo desenvolvimento da tecnologia e da divisão de
tarefas.
(E) pelo aproveitamento de energia de origem mineral.