“Após ter prometido a Deus manter a paz em suas
terras e ajudar fielmente a Igreja a recuperar seus
direitos, vocês poderão ser recompensados,
empregando sua coragem noutro empreendimento [...]
A todos os que partirem e morrerem no caminho, em
terra ou mar, ou que perderem a vida combatendo os
pagãos, será concedia a remissão dos pecados. Que
combatam os infiéis os que até agora se dedicavam a
guerras privadas [...] que sejam doravante cavaleiros
de Cristo os que não eram senão bandoleiros [...] A
terra em que habitam é estreita e miserável, mas no
território sagrado do Oriente há extensões de onde
jorram leite e mel.”
Discurso do Papa Urbano II, Concílio de Clermont,
1095. Apud FRANCO JR., Hilário. As cruzadas. São
Paulo: Brasiliense, 1988. p. 27.
Um conjunto de fatores materiais e mentais provocou
o movimento medieval das Cruzadas, que representou
originalmente uma espécie de solução para os
problemas colocados pelo início do processo de
desestruturação feudal. Dentre os elementos materiais
que estiveram na origem das Cruzadas, podemos
destacar a expansão demográfica a partir do séc. XI,
resultado da recuperação da fertilidade das terras, com
a consequente diminuição da mortalidade,
especialmente, feminina. Tão importante quanto o
conjunto de fatores materiais para a realização das
Cruzadas, foram os elementos mentais da época.
Adaptado de FRANCO JR., Hilário. As cruzadas. São
Paulo: Brasiliense, 1988.
A partir dos textos acima, assinale a alternativa que
aponta corretamente um dos aspectos da mentalidade
da época que motivou as Cruzadas.
a) A necessidade de mais terras, decorrente do
aumento da população, obrigando as pessoas a
procurarem outras atividades ou outros lugares para
viver e trabalhar.
b) O interesse da Igreja pelo fim das guerras na
Europa, pois as guerras, ao afetarem a produção,
ajudavam a diminuir os dízimos.
c)O interesse da Igreja na reunificação da
Cristandade, após o Grande Cisma de 1054, que
dividiu a Igreja Católica em duas, do Ocidente e do
Oriente, com a Igreja Ortodoxa Grega.
d) A religiosidade da época, que, incorporando a
realidade social do feudalismo, aproximou as relações
entre Deus e os homens das relações estabelecidas no
contrato feudo-vassálico.
e) A norma de primogenitura do Direito feudal, a qual
estabelecia que, com a morte do seu detentor, a terra
deveria passar, sem divisão, para seu filho
primogênito.