As mulheres quebradeiras de coco-babaçu dos
Estados do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins, na
sua grande maioria, vivem numa situação de exclusão
e subaiternidade. O termo quebradeira de coco
assume o caráter de identidade coletiva na medida
em que as mulheres que sobrevivem dessa atividade
e reconhecem sua posição e condição desvalorizada
pela lógica da dominação, se organizam em
movimentos de resistência e de luta pela conquista da
terra, pela libertação dos babaçuais, pela autonomia
do processo produtivo. Passam a atribuir significados
ao seu trabalho e as suas experiências, tendo como
principal referência sua condição preexistente de
acesso e uso dos recursos naturais.
ROCHA, M. R. T Auta das mulheres quobradoiras de coco-babaçu, pela libertação do
Soco preso e pela posse da terra. In: Anals do VI! Congresso Latino-Americano.
de Sociologia Rural, Quio, 2006 (acaptado).
A organização do movimento das quebradeiras de coco
de babaçu é resultante da
O. constante violência nos babaçuais na confluência
de terras maranhenses, piauienses, paraenses e
tocantinenses, região com elevado índice de homicídios.
O falta de identidade coletiva das trabalhadoras,
migrantes das cidades e com pouco vínculo histórico
com as áreas rurais do interior do Tocantins, Pará,
Maranhão e Piauí.
@ escassez de água nas regiões de veredas, ambientes
naturais dos babaçus, causada pela construção
de açudes particulares, impedindo o amplo acesso
público aos recursos hídricos.
O progressiva devastação das matas dos cocais, em
função do avanço da sojicultura nos chapadões do
Meio-Norte brasileiro.
@ dificuldade imposta pelos fazendeiros e posseiros
no acesso aos babaçuais localizados no interior de
suas propriedades.