A realidade do Renascimento é absolutamente diferente
daquela do Ocidente Medieval. O século XVI viu
dissolverem-se, aos poucos, esses países maravilhosos que,
como miragens, tinham atraído os europeus para fora da
Europa. Era preciso reconhecer a evidência: as regiões
longínquas não eram como antes se imaginava. O império
do Preste João, onde se acredita, fluía um rio do paraíso,
tornou-se, modestamente, a Etiópia, de onde os
portugueses, em 1540, mal conseguiram conter a fúria de
povos muçulmanos. As Antilhas não eram as Ilhas
Afortunadas. Cipango se tinha afundado para sempre no
Pacífico de Fernão de Magalhães e Francis Drake.
DELUMEAU, J. A civilização do Renascimento. Lisboa: Editorial
Estampa, 1994. Adaptado.
Entre os séculos XV e XVI, o progresso das técnicas, que
é uma das características do Renascimento, provocou
novas percepções de mundo, indicando um profundo
sintoma de mudança geral.
Assinale a alternativa que apresenta outra característica da
cultura do Renascimento.
a) O Homem encontrava-se balizado entre o Pecado
Original e o Juízo Final, ideias que atuavam como as
fronteiras inicial e derradeira das possibilidades
humanas.
b) A concepção de Homem era estática, devido às
enormes limitações que as potencialidades sociais e
individuais sofriam.
c) A arte era, acima de tudo, religiosa, com destaque para
a vida dos santos e para a oposição clara entre o
sagrado e o profano.
d) Houve o desenvolvimento da noção de indivíduo,
expresso na criação dos retratos e autorretratos, o que
indicava a presença de uma autoconsciência ou de uma
autoafirmação.
e) Houve o regresso à Antiguidade e à corrente de
pensamento humanista, cuja visão teocêntrica colocava
a autoridade da Igreja como centro do universo.