Alguns julgam que a grandeza de uma cidade depende
do número dos seus habitantes, quando o que importa é
prestar atenção à capacidade, mais do que ao número de
habitantes, visto que uma cidade tem uma obra a realizar.
[...] A cidade melhor é, necessariamente, aquela em que
existe uma quantidade de população suficiente para viver
bem numa comunidade política. [...|] resulta evidente,
pois, que o limite populacional perfeito é aquele que não
excede a quantidade necessária de indivíduos para reali-
zar uma vida auto-suficiente comum a todos. Fica, assim,
determinada a questão relativa à grandeza da cidade.
(ARISTÓTELES, Política 1326b6-25 Edição bilíngue. Tradução e notas
de António C. Amaral e Carlos C. Gomes. Lisboa: Vega, 1998. p. 495-
499.)
Com base no texto e considerando o papel da cidade-
estado (pólis) no pensamento ético-político de Aristó-
teles, assinale a alternativa correta.
a) As dimensões da pólis determinam a qualidade de seu
governo: quanto mais cidadãos, maior e melhor será
a sua participação política.
b) A pólis não é natural, por isso é importante organizá-la
bem em tamanho e quantidade de cidadãos para que
a sociedade seja autossuficiente.
c) O ser humano, por ser autossuficiente, pode prescin-
dir da pólis, pois o bem viver depende mais do indiví-
duo que da sociedade.
d) A pólis realiza a própria obra quando possui um nú-
mero suficiente de cidadãos que possibilite o bem vi-
ver.
e) O ser humano, como animal político, tende a realizar-
se na pólis, mesmo que esta possua quantidade ex-
cessiva de cidadãos.