Em resumo, Laraia tenta nos mostrar que:
a)
o etnocentrismo é um conceito amplamente difundido nas ciências humanas, mas incapaz de explicar de forma
pormenorizada a construção das identidades nacionais, das práticas culturais e as relações formadas pelo
“estranhamento” do contato entre diferentes grupos sociais. Afinal, quem dispõe dos instrumentos de análise pode
escolher, conforme seus critérios próprios, como catalogar o outro.
a cultura tem um papel fundamental na elaboração de visões de mundo, e que o problema maior em considerar o
etnocentrismo está no fato de que esse conceito não possui uma perspectiva cultural, mas apenas política, muito embora
o autor não deixe claro essa contradição, já que ele próprio é etnocêntrico.
um dos pontos centrais que define o etnocentrismo, conceito amplamente difundido nos estudos antropológicos, é
compreender como determinadas práticas culturais constituídas pelo “estranhamento” se tornam elementos fundamentais
na construção das identidades de grupo, comunitárias, societárias e nacionais. Identidades que, por sua vez, estruturam-
se por distinção, em que o observador assume para si e seu grupo a centralidade cognitiva.
para entendermos o real significado do etnocentrismo nas culturas ocidentais, será necessário pressupor que a dicotomia
entre o “nós e os outros” é um aspecto que deve ser superado por todos que desejam construir uma visão genuinamente
etnocêntrica.
não há problema em observar, agir e interagir a partir da seus próprios referenciais culturais. O conceito de etnocentrismo
possui certa legitimidade, pois resguarda na centralidade cultural aquilo que uma raça tem de mais puro quando
confrontada com outra.