TEXTO 1
Quantas vezes ocorreu-me sonhar, durante a noite, que
estava neste lugar, que estava vestido, que estava junto ao
fogo, embora estivesse inteiramente nu dentro de meu leito?
[...] Pensando cuidadosamente nisso, lembro-me de ter sido
muitas vezes enganado, quando dormia, por semelhantes
ilusões. E, detendo-me neste pensamento, vejo tão manifes-
tamente que não há quaisquer indícios concludentes, nem
marcas assaz certas por onde se possa distinguir nitidamente
a vigília do sono, que me sinto inteiramente pasmado: e meu
pasmo é tal que é quase capaz de me persuadir de que estou
dormindo.
(René Descartes. Obra escolhida, 1973.)
TEXTO 2
O cientista Jeremy Bailenson, diretor-fundador do labora-
tório que estuda realidade virtual na Universidade Stanford,
nos Estados Unidos, disse, em 2018, que o tempo passa-
do com óculos de realidade virtual “é psicologicamente mui-
to mais poderoso do que qualquer mídia já inventada e se
prepara para transformar dramaticamente as nossas vidas.
Nosso cérebro fica confuso o suficiente para entender esses
sinais como realidade? Eu posso te garantir: a realidade vir-
tual influencia. Para algumas pessoas, a ilusão é tão pode-
rosa que o sistema límbico [região do cérebro envolvida com
emoções e memória] delas entra em um estado de atividade
intensa”.
(Shin Suzuki. “Vida no metaverso: como a realidade virtual poderá afetar
a percepção do mundo ao redor”. www.bbc.com, 28.11.2021. Adaptado.)
Nesses dois textos, observa-se a problematização de uma
questão clássica em filosofia, a qual corresponde à
A) relação entre sensação e razão.
B) evolução das descobertas científicas.
(
(B)
(C) estruturação do raciocínio lógico.
(D) fundamentação do conhecimento comum.
(E)
E) combinação entre progresso e tecnologia.