Em A ética protestante e o espírito do
capitalismo, Max Weber (1864-1920) procurou
demonstrar de que maneira uma específica ética
religiosa deu ensejo ao surgimento do que ele
chamou de um “espírito do capitalismo”, expressão
que significa “uma ética de vida, um modo de ver e
encarar a existência” (SELL, 2015). Tal “espírito”
apontava o cultivo de uma vida disciplinada,
“motivada pelo sentido do dever”, com honestidade
e dedicação ao trabalho. Weber aponta como essa
ética deu ao capitalismo uma racionalidade técnica,
de cálculo e jurídica que o fez se desenvolver nesse
sistema econômico burocrático das sociedades
modernas. Seitas protestantes como o calvinismo
indicavam uma vida ascética, ou seja, proba, de
oração e de penitências, para a salvação. Tal
conduta fez com que os seguidores dessas seitas
seguissem uma vida moralmente correta e honesta,
com esforço e cuidado ao trabalho, longe das
luxúrias e prazeres mundanos. O resultado foi o
desenvolvimento de um trabalho profissionalizado e
a racionalidade na busca de riquezas.
SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica:
Marx, Durkheim e Weber. 72 ed.
Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2015.
Partindo dessa compreensão de Max Weber sobre as
origens do capitalismo, é correto afirmar que
A) a ambição e a avareza no acúmulo de riquezas
são princípios que orientam o desenvolvimento
de um capitalismo moderno e lucrativo.
B) as seitas protestantes desenvolveram o
capitalismo religioso ao defenderem uma vida
ascética em que Deus atendesse as vontades
dos seres humanos.
C) esse espírito do capitalismo, acima mencionado,
exerce a função burocrática de racionalizar as
riquezas acumuladas através das bênçãos
divinas aos predestinados.
D) as éticas protestantes motivaram, pela conduta
moral, a instituição racional do trabalho e do
enriquecimento competentes no capitalismo.