Minas Gerais nunca foi apenas a mineração. Se o
principal da fisionomia produtiva da Capitania é
marcado pela mineração do ouro e dos diamantes, a
região também acolheu atividades manufatureiras e
comerciais e extensa pecuária. Não se deduza daí que
a mineração deva ser secundarizada na história de
Minas, mas sim que tenha sido uma atividade nuclear,
decisiva, responsável pela especificidade do processo
de constituição histórica da região.
PAULA, José Antonio de. “A mineração de ouro em Minas
Gerais no século XVII”, in RESENDE, Maria E. L. de e
VILLALTA, Luiz C. História de Minas Gerais. Vol. 1.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, Companhia do
Tempo, 2007, p.279. Adaptado.
Dentre os fatores que determinaram o
desenvolvimento, em Minas Gerais, de uma estrutura
urbana e de uma vida política e cultural, responsáveis
pela “especificidade do processo de constituição” da
região está(ão):
a) a interação de tradições culturais heterogêneas,
constituindo uma sociedade caracterizada por formas
de organização familiar semelhantes às desenvolvidas
a partir da economia açucareira do Nordeste colonial.
b) a produção de ouro em grande volume, a ocupação
do território e o fluxo migratório decorrentes das
descobertas auríferas, gerando alta lucratividade e a
concentração do maior contingente de escravizados da
América portuguesa, até então.
c) o projeto pombalino de racionalização e
centralização do Estado em Portugal e de
nacionalização da colônia, com a introdução de novas
técnicas de mineração e a implantação de manufaturas
e fábricas nos moldes das instaladas na metrópole.
d) a necessidade de um capital fixo menor que o da
economia açucareira, gerando uma economia de
pequena mobilidade e itinerância, na qual a presença
da mão de obra assalariada é predominante.
e) a distribuição de terras que, ao contrário do
Nordeste açucareiro, não era proporcional ao número
de escravizados que cada pessoa tinha.