As palavras que ficam no centro da bandeira do Brasil são conhecidas de todos. Mas nem sempre se sabe de onde elas
vêm. “Ordem e Progresso” é o lema do positivismo, escola sociológica fundada por Auguste Comte (1798-1857), no
século XIX, na França. O positivismo teve seus adeptos entre os republicanos brasileiros, sobretudo militares, que
conseguiram deixar seu lema bordado de verde, amarelo, azul e branco. Desde então, algumas ideias positivistas
tornaram-se dominantes no Brasil, presentes não apenas nos cérebros e nas ações dos donos do poder, mas também
aceitas e praticadas inconscientemente pela maioria da população, a ponto de integrarem o senso comum — entendido
como ideias gerais incorporadas por quase todos, de modo que quem diverge aparece como exceção, destoa do
conjunto. (RIDENTE. 2011. p. 9).
O positivismo influenciou diversos eventos históricos, tanto na Europa do século XIX quanto no Brasil, como se pode inferir
(A)
(B)
nos ideais políticos dos jacobinos, durante o processo da Revolução Francesa, defensores de manutenção da ordem
aristocrática como elemento para a garantia do progresso francês, fundamental para a democratização da sociedade e o
progresso econômico da nação.
no processo de colonização africana que, sustentada pelo princípio do multiculturalismo, buscava a integração cultural entre
Os povos europeus e os africanos como elemento de estabelecimento da dominação política harmoniosa e pacífica.
na imposição do modelo civilizatório branco, europeu e cristão, considerado superior, associado à perseguição às manifestações
dos grupos afro-indígenas, vistos como culturalmente atrasados, e que também contribuiu para a eclosão da Revolta da Vacina
no Brasil.
nas concepções marxistas e leninistas, presentes no Partido Bolchevista russo, durante o processo revolucionário de 1917,
defensoras de uma aliança de classe entre o proletariado e a burguesia para a derrubada do regime czarista e a transição
pacífica ao socialismo.
no desenvolvimento do espírito nacionalista e republicano defendido por Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, que o via
como elemento fundamental para o progresso da sociedade e o estabelecimento de uma ordem que impedisse totalmente
a influência estrangeira no país, cultural ou econômica.