Come ananás, mastiga perdiz.
Teu dia está prestes, burguês.
Vladimir Maiakóvski. Come ananás, 1917.
Cidadão fiscal de rendas! Desculpe a liberdade.
Obrigado... Não se incomode... Estou à vontade.
A matéria que me traz é algo extraordinária:
O lugar do poeta da sociedade proletária.
Ao lado dos donos de terras e de vendas
estou também citado por débitos fiscais.
Você me exige 500 rublos por 6 meses e mais
(...)
Cidadão fiscal de rendas, eu encerro.
Pago os 5 e risco todos os zeros.
Tudo o que quero é um palmo de terra
ao lado dos mais pobres camponeses e obreiros.
Porém se vocês pensam que se trata apenas
de copiar palavras a esmo,
eis aqui, camaradas, minha pena,
podem escrever vocês mesmos!
Vladimir Maiakóvski. Conversa sobre poesia com o fiscal de rendas, 1926.
a) Indique duas características da produção cultural na Rússia, nos anos posteriores à Revolução de 1917.
b) Identifique e comente uma crítica e uma proposta de mudança presentes nos dois poemas.