Por mais bem informado que você possa ser, não dá para
baixar a guarda. Mas por que as notícias falsas — mesmo
aquelas mais improváveis — parecem tão convincentes para
tantas pessoas? Van Bavel, professor de psicologia e ciência
neural da Universidade de Nova York, se especializou em
entender como as crenças políticas e identidades de grupo
influenciam a mente, e descobriu que a identificação com
posições políticas pode interferir em como o cérebro processa
as informações.
Tendemos a rejeitar fatos que ameaçam nosso senso de
identidade e sempre buscar informações que confirmem
nossas próprias crenças, seja por meio de memórias seletivas,
leituras de fontes que estão do nosso lado ou mesmo
interpretando os fatos de determinada maneira. Isso tudo
está relacionado a não querermos ter nossas ideias, gostos,
identidade questionados, e por isso temos dificuldade em
aceitar o que contradiz aquilo em que acreditamos.
Ana Prado. “A ciência explica por que caímos em fake news”.
Superinteressante. 15/06/2018. Adaptado.
De acordo com o texto,
A) as pessoas bem informadas estão protegidas de
polêmicas, uma vez que o modo como processam os fatos
tornam suas opiniões mais convincentes.
B) o posicionamento político garante a disseminação de
notícias verdadeiras e resulta de crenças já estabelecidas
socialmente.
C) a rejeição a questionamentos impede que se admitam
pontos de vista antagônicos, em razão da tendência de se
confirmar crenças pessoais.
D) as memórias seletivas auxiliam na rejeição de fatos
contrários à realidade, já que conduzem à interpretação
das reportagens de modo imparcial.
E) os fatos hostis normalmente são preteridos por grande
parte da sociedade, embora sejam utilizados como
identificador cultural.