No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a
tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes
dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul,
regiões segundo ele muito diferentes por formação
histórica, composição étnica, costumes, modismos
linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que
publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos
dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar
com bastante engenho que no Brasil há, em verdade,
literaturas setoriais diversas, refletindo as características
locais
CANDIDO, A. A nova narrative. A educação pela noite e
outros ensaios. São Paulo: Ática, 2005.
Com relação à valorização, no romance regionalista
brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas
regiões nacionais, sabe-se que
O o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela
temática essencialmente urbana, colocando em relevo
a formação do homem por meio da mescla de
características locais e dos aspectos culturais trazidos
de fora pela imigração europeia
O José de Alencar, representante, sobretudo, do
romance urbano, retrata a temática da urbanização
das cidades brasileiras e das relações conflituosas
entre as raças.
& o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado
realismo no uso do vocabulário, pelo temário local,
expressando a vida do homem em face da natureza
agreste, é assume frequentemente o ponto de vista
dos menos favorecidos.
O a literatura urbana brasileira, da qual um dos
expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a
formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso,
as raízes africanas e indígenas que caracterizam o
nosso povo.
@ Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes
Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de
30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática
do homem urbano em confronto com a modemização
do país promovida pelo Estado Novo.