No Brasil, na Argentina e em outros países da
América Latina, os governos estão promovendo
mudanças econômicas e de políticas públicas,
mudanças essas conhecidas como liberais ou
neoliberais. Nessas mais recentes políticas
governamentais, o poder público transfere a
economia de mercado a satisfação de determinadas
carências dos cidadãos, que devem provê-las a partir
do próprio esforço individual em uma economia mais
fortemente caracterizada pela concorrência entre os
indivíduos e por menos direitos sociais. Em seu
tempo, o filósofo contratualista Jean-Jacques
Rousseau, em seu Do Contrato Social, afirma que
quanto menos felicidade a República é capaz de
proporcionar aos cidadãos, mais eles terão que
buscar, individualmente, a felicidade. A consequência
é uma sociedade cada vez mais egoista,
desinteressada pela política e, por fim, agrilhoada por
um déspota qualquer ou pela cobiça.
O texto acima apresenta duas opiniões conflitantes
sobre a condução das políticas públicas. Considerando
essas opiniões, assinale a afirmação verdadeira.
A) O governo brasileiro defende uma posição
socialista, que consiste no provimento estatal
daquilo que é necessário para a felicidade geral,
enquanto Rousseau apresenta uma ideia liberal
de economia e livre-iniciativa.
B) Rousseau é um contumaz representante do
marxismo cultural, que produz suas críticas ao
governo Bolsonaro com o único objetivo de
desestabilizar o Brasil e inviabilizar as reformas
econômicas liberalizantes.
C) Rousseau apresenta um argumento contrário ao
individualismo liberal, uma vez que o indivíduo,
despreocupado com a política e engajado nos
ganhos econômicos, se distancia dos assuntos
públicos e corre risco de perder sua liberdade.
D) A posição do governo brasileiro, ao apresentar
um menor aporte para as universidades públicas,
quando amplia a rede de universidades privadas,
é condizente com o pensamento de Rousseau,
que tem em foco o bem público e não a busca
individualizada por felicidade.