Atente para o seguinte diálogo entre
Agostinho de Hipona e Evódio, seu amigo e
conterrâneo:
“Agostinho — Mas se julgamos com razão ser feliz
o homem de boa vontade, não se deveria também,
com boa razão, declarar ser infeliz aquele que
possui vontade contrária a essa?
Evódio — Com muito boa razão.
Agostinho — Logo, que motivo existe para crer que
devemos duvidar - mesmo se até o presente nunca
tenhamos possuído aquela sabedoria - que é pela
vontade que merecemos ser e levamos uma vida
louvável e feliz; e pela mesma vontade, que
levamos uma vida vergonhosa e infeliz?
Evódio — Constato que chegamos a essa conclusão
fundamentando-nos em razões certas e inegáveis”.
AGOSTINHO. O livre arbítrio, III, 13, 28. Trad. bras. Assis
Oliveira. São Paulo: Paulus, 1995.
Com base no diálogo acima e no que se sabe sobre
o pensamento de Agostinho de Hipona, assinale a
opção que completa corretamente o seguinte
enunciado:
Que seja pela vontade que o homem se torne
virtuoso e feliz e, igualmente, pela vontade que caia
no vício e na infelicidade, isso significa que o
homem
A) nasce ou com boa vontade ou com má vontade,
tendo determinado um destino feliz ou infeliz.
B) está condenado, após o pecado original, a agir
sempre no vício, portanto, a ser infeliz.
C) mantém a liberdade, apesar do pecado original,
de ser virtuoso, podendo, por si só, ser feliz.
D) pode decidir sua ação, mas deve contar com a
Graça divina para ser virtuoso e feliz.